A Minha História e A Cidade

Carlos Eduardo Santa Maria – Atleta e dançarino

Carlos Eduardo Santa Maria, ou simplesmente “Santa Maria” nasceu dia 03 de novembro de 1963, filho de Benedito Santa Maria e Dona Alzira Santa Maria na Vila Isabel onde iniciou todas as suas atividades, no dia 06 de novembro de 2020, ele nos recebeu em sua casa e mais de duas de bate papo ele nos contou toda sua trajetória de vida, iniciou os estudos na Escola do Sesi na Vila Isabel e em seguida foi para Escola Antônio Adolfo Lobbe de onde lembrou da Professora Dona Luci e do Professor Roque cujo o apelido era (Bico fino) porque os alunos não podiam ficar os pés no corredor da sala que ele dava com o bico do sapato. Aos 9 anos de idade já teve seu primeiro emprego que era para dobrar jornal de madrugada em seguida saia para fazer entregas começava no centro da cidade passava pelo jardim São Carlos e terminava na Vila Prado, depois passou a entregar marmitas, sempre com o apoio do seu pai, que para ajuda-lo de uma bicicleta modelo barra forte o que facilitava seu trabalho, com 11 anos de idade começou sua carreira no atletismo no Sesi, sob a orientação técnica do Professor Jaques com o qual teve uma convivência um tanto quanto turbulenta visto que discordava da diferença de tratamento entre os seus atletas pois sentia-se injustiçado visto que sempre obtinha resultados expressivos entretanto não tinha os melhores equipamentos e neste cenário chamou a atenção do Professor Nelson Prudêncio, medalhista olímpico no salta triplo que o convidou para ir trabalhar e treinar na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Já na federal começou a desenvolver-se no voleibol onde se destacou por sua estatura, desenvoltura e habilidades, que em 1984 o levaram a jogar na equipe do Parabola uma equipe formada no extinto Bar Pistelli que tinha o técnico Urias e entre os atletas Zezão Favoreto, Heraldo, Duda, Claudio, Palone, Paguá e Mira foi um grupo que deu tão certo que foi campeã invicta da 1ª e 2ª divisão e nessas campanhas a equipe levava torcedores a lotar o ginásio da federal onde mandava seus jogos, porém sem patrocínio e apoio, em 1987 a equipe estava prestes a encerrar as atividades até que surgiu o apoio da ABASC Associação Brasileira dos Alfaiates de São Carlos e numa festa dos Melhores do Esporte que era prêmio criado pela extinta Radio Progresso, que neste trouxe o narrador Fiori Gigliote para fazer entrega dos troféus, e nesta festa foi apresentada a nova equipe da ABASC e não anunciaram seu nome, foi quando o José Roberto Guimarães então levantador da equipe disse, “o Santa Maria tem que ficar” e assim continuou na equipe que dentre os grandes feitos, foi vencer de virada a poderosa equipe da Pirelli que tinha Willian, Xandó, Pampa, Carlão entre outros. Apesar da carreira vitoriosa no vôlei, tem as tristes lembranças da discriminação e preconceitos sofridos dentro e fora da equipe com uma ressalva toda especial ao José Roberto Guimarães pela humildade e companheirismo até diante dos grupos (panelinhas) que se formavam nos quais o Santa Maria e o Macalé massagista, os dois únicos negros no elenco, eram sempre excluídos por quase todos menos pelo Zé Roberto que fazia questão de ficar com os dois. Ele nos contou também sobre sua participação no movimento negro na cidade e no estado, sobre o Feconezu, a revolta pela a descriminação de seu filho adolescente que foi proibido de entrar no shopping, falou de trajetória de superação no samba rock onde se tornou uma referência e usou a dança como um instrumento de inclusão, falou sobre a sua paixão pelo Flor de Maio, sobre suas vitórias no samba rock, e falou sobre sua enfermidade, a negligência médica e desconhecimento e o fundamental apoio de sua irmão Silvana e da sua mãe Dona Alzira e toda a equipe médica do HC de Ribeirão Preto, além muitos fatores pitorescos dos quais eu destaco o corrida revezamento 4×100 onde ele deu a largada e simplesmente esqueceu o bastão, essas e muitas outras histórias estão relatada em 54 mini vídeos em seis playlist, com fotos de Vilma Silva, produção, edição e direção de Benê Silva.