A Minha História e A Cidade

Décio Luiz Malta Campos – Fazendeiro

Décio Luiz Malta Campos, filho de Candido Malta de Souza Campos e da senhora Olivia Pereira Leite Malta Campos, nasceu em São Paulo no dia 06 de abril de 1931 filho de advogado morou no Bairro Jardins na Rua José Maria Lisboa, 620 a princípio ele nos contou como seu avô o senhor Candido de Souza Campos adquiriu a fazendo, pois o sogro do avô disse para ele Candido “pra você ser um homem de bem você tem que ter uma fazenda, senão você é uma pessoa do povo”, mas o avô não tinha interesse nessa área, porém o sogro insistiu e deu a metade do dinheiro para a compra que foi adquirida de uma família que fez investimentos que não deram certo e quebrou financeiramente e teve que vender a propriedade e seu avó mudou para a fazenda para o espanto de toda a família e teve que se moldar a nova realidade onde morou por mais de 20 anos e explorava o café em grande escala, ele nos contou sobre a crise de 1929 na bolsas de valores que atingiu o mundo inteiro e que o avô ganhou dinheiro porque na colheita do café ele sempre estocava a parte da produção e, nos anos 1930 o café teve uma alta significativa por ser uma comódite internacional proporcionou ganho de muito dinheiro. Durante o início da segunda guerra os jovens brasileiros foram recrutados pelo exército e alguns passaram por treinamentos de liderança que durou mais de um ano e o jovem Décio foi um deles, felizmente a guerra acabou e não foi preciso pôr em prática os treinamentos; ele nos contou também sobre seus estudos no Ginásio Elvira Brandão, uma escola particular onde fez o curso primário, em seguida se transferiu para o Colégio São Luiz onde concluiu o curso colegial de onde saiu e prestou vestibular na USP Universidade São Paulo e foi aprovado no curso de agronomia na Escola Luiz de Queiróz na cidade de Piracicaba, a princípio os pais não queriam que ele fosse para o interior alegando que o processo lógico seria as pessoas do interior virem para a capital para estudar, porém ele convenceu os pais e se mudou onde após cinco de curso, se formou engenheiro agrônomo e depois a pedido ou ordem dos pais foi para a Bélgica e estudou por um ano e quando retornou ao Brasil, foi convidado pelo seu avô para administrar e aplicar os conhecimentos adquiridos na faculdade e na Europa e melhorar os resultados do patrimônio da família e assim se mudou para a Fazenda Santa Maria em 1954, quando assumiu a administração da fazenda eram 300 alqueires paulista, o dr. Décio conseguir ampliar ao longo do tempo para mais de mil alqueires paulista, onde diversificou as atividades e também plantava cana de açúcar, gado de leite, granja e criação de cavalos então era considerada uma propriedade de exploração mista, e nessa época haviam 3 colônias com 280 funcionários, todos com carteira assinada, e implementou muitas melhorias, como por exemplo a energia elétrica, a cia. distribuidora da época a CPE – Companhia Paulista de Eletricidade não tinha condições de levar energia para área rural devido aos altos custos de construção das linhas de transmissão, diante disso usando recurso do rio criou-se uma queda d’água e um gerador, produzia 30 cv de potência que era suficiente para iluminar as casas e ouvir rádio, o que na época foi uma revolução pioneira em toda a região e com esse benefício também foi possível fazer a projeção de filmes nos fins de semana através de uma parceria com a IPL – Industria Pereira Lopes que recebia os rolos de fitas e exibia os filmes para os trabalhadores da empresa e depois alugava e com isso todos os funcionários da fazenda e do entorno se dirigiam para a frente da sede onde assistiam os filmes e tinham preferência de filmes de cowboy, outras atividades que alegravam os moradores das colônias eram as festas juninas e outras e também os bailes que eram animados por um sanfoneiro ou também ao som do gramofone com discos de cera de carnaúba e assim a vida social dos trabalhadores era animada com muitas festas. O dr. Décio também nos contou também sobre suas atuações em quatro mandatos na Presidência do Sindicato Rural, onde construiu a sede própria, construiu escolas para formação de trabalhadores rurais, ambulatório médico, foi o idealizador do SEMOZAR na estrada do Broa, foi Presidente de Cooperativa Rural em Araraquara e também no estado do Paraná, por quaro vezes foi convidado para concorrer à Prefeitura Municipal de São Carlos, e não aceitou porque é avesso a política partidária, muito embora tenha exercido atividade política na gestão dos sindicatos, lembrou que na família sua avó materna foi casada com um vereador em SP presidente do PRP – Partido Revolucionário Populista, atualmente tem o Ministro do Meio Ambiente Joaquim Álvaro Pereira Leite e teve também seu tio avô Professor Ernesto de Souza de Campos que foi Ministro da Educação e Saúde no período de janeiro a dezembro de 1946 no Governo Gaspar Dutra, ele também foi idealizador da Universidade de São Paulo e da Unicamp onde foi professor de medicina e professor honoris causa reconhecido internacionalmente e também foi responsável pela cura do dr. Décio que com apenas dois anos de idade em 1933 contraiu uma infecção intestinal severa e como na época não existia antibiótico, ele foi salvo graças a uma técnica de expurgo e drenagem que depois foi publicada numa revista Anais da Medicina e ao final ele destacou a importância e falou sobre a formação de sua família que teve início quando ainda na faculdade em Piracicaba e era diretor de festas da turma e durante um baile ele foi procurado por um colega que lhe disse que uma família tinha vindo de Campinas com a filha que estava sentada sem dançar nenhuma música e Décio disse ah mas baile é assim mesmo, e o colega disse não você é o diretor de festas vai lá e a convide para dançar e assim ele o fez e nesta dança conheceu a jovem Carmem Rocha Ribeiro Campos porque se enamorou, se apaixonou, e estão casados há mais de 50 anos e tiveram os filhos José Candido, Luiz Fernando (falecido), Maria Cristina e Maria Beatriz, e são avós de seis netos e dois bisnetos, o dr. Décio nos recebeu em sua casa dia 01/09/2021 onde nos relatou esses e outros fatos e curiosidades que estão disponíveis nos trinta e um mini vídeos que foram criados com a colaboração de Sara de Jesus Silva, fotos de Vilma Silva e produção, direção e edição de Benê Silva.