O senhor José Marino, filho de Ricardo Marino e Tereza Clemente Marino, nasceu em Morungaba SP dia 08 de março de 1920 na fazenda Volta da Serra onde viveu uma pequena parte de sua infância até se mudar para Santa Rita do Passa Quatro, também morando na área rural onde aprendeu a fazer todo o serviço da lavoura, ordenha de animais, até a produção de aguardente (pinga ou cachaça) e nos contou que ainda muito jovem um dia passando pela plantação de abacaxis de propriedade da família, apanhou umas frutas e com medo de chegar com as frutas e apanhar dos pais, ele fatiou as mesmas e “escondeu” dentro de um barril de aguardente e comentou com sua a avó que ordenou que escondesse o barril, então por acaso ele criou a pinga sabor abacaxi, pelas dificuldades da época seu José não frequentou a escola e portanto não foi alfabetizado na época correta, mas se lembra que com 15 ou 16 anos, as diversões dos sábados e domingos, eram os bailes na fazenda em barracas de panos, os jogos de futebol e também os velórios, já que nestes eram servidos quitutes deliciosos e para os jovens era mais festa. Seu José tinha o desejo de servir ao governo e aguardava ser convocado, porém com o passar do tempo sem receber o chamado para servir a pátria, ficou decepcionado e desistiu deste propósito, entretanto com a inicio de segunda guerra mundial ele foi convocado pela 1ª vez, e que segundo ele nos contou, o que seria um castigo para ele foi um presente porque graças a sua convocação, ele conseguiu se alfabetizar no exército e em 1943 se apresentou em Pedreira SP, e depois em 1944 passou 1 ano em Pindamonhangaba SP e na sua chegada ficaram 8 dias na praça da cidade sem banheiro, e em seguida foi para o 6º Regimento de Infantaria em Lorena SP, depois foi para o litoral do Rio de Janeiro e de lá seguiu para o front de batalhas na Itália, sob a coordenação do Gal. Gutemberg do quarto corpo do exército do Estados Unidos, passou pelas maiores dificuldades onde por exemplo ficou por mais de 90 dias em uma vala de 80 cm de profundidade e com uma temperatura de -20º dentre as muitas outras barbaridades e horrores com as quais conviveu e que seguem narradas em mini vídeos onde ele conta tudo o que passou na Itália, seu retorno ao Brasil, sobre o pouco reconhecimento do trabalho realizado por todos os pracinhas e também sobre o valorização que os italianos tem para com os ex combatentes brasileiros. Falou sobre o casamento e o convívio de 60 anos com sua esposa da Laura Mariano e a filha Maria do Carmo sobre os trabalhos religiosos e educativos aos quais ele e sua família se dedicaram por muitos anos na região do bairro do Carmo onde ele e sua filha Maria do Carmo, gentilmente recebeu a equipe da IBS Pesquisas em sua casa no dia 05/08/2017 para esta gravação, infelizmente o sr. José Marino nos deixou em 31/12/2018 mas deixou um legado de orgulho para sua família, para a cidade de Araraquara e para o Brasil que fica aqui eternizado.
Crédito da foto de destaque:
Estão disponíveis na play list 33 mini vídeos, conforme links abaixo:
2 – As travessuras no sitio em Morungaba SP
3 – Os trabalhos na lavoura e a pinga com abacaxi
4 – Futebol baile e velório eram as diversões da época
6 – A alfabetização no exercito
7 – A triste lembrança da 1ª Comunhão
8 – A convocação para a guerra
9 – A expressão 5ª coluna para os espiões
10 – A viagem para Itália na guerra
12 – A neurose da guerra
13 – A sombra da morte era constante
15 – A morte e a sorte
16 – A volta ao local bombardeado por ele
17 – A gratidão do povo italiano
18 – As tristes marcas da guerra
19 – A preservação histórica da 2ª guerra
20 – Seu José o astro dos documentários
22 – Os Partejanos contrários ao Mussolini
23 – Lurdinha a metralhadora sorridente
24 – Os 3 dias de suspensão do trabalho
25 – O casamento e o trabalho religioso
26 – Dona Laura uma benfeitora
27 – Seu José e dona Laura um casal benevolente
28 – A vingança do terno rajado
29 – O Cel. Sebastião e filme e a realidade
30 – Na guerra respeite o inimigo para sobreviver
31 – Relembrando as crueldades da guerra
32 – A falta de respeito no quartel com um veterano
33 – A eternização da história