Nicola Gonçalves, nasceu dia 11 de julho de 1929, foi registrado dia 19 de julho do mesmo ano, filho de Francisco Raich Gonçalves e Dona Catarina Scarmato, Seu Nico como carinhosamente é chamado nos recebeu em sua casa e nos contou sobre seu nascimento na cidade de Colina SP, das lembranças e dos bons momentos vividos na infância de suas professoras e de todas as aventuras de seu pai que tinha como profissão, dar manutenção em maquinas de beneficiar café, e este trabalho fazia com que mudavam constantemente de residência ou de fazendas e também de todas as aventuras e situações delicadas pelas quais sua família passava em função do temperamento explosivo e sonhador de seu pai que já obrigou sua família a se mudar para uma fazenda onde a casa disponível, não tinha as portas e ainda havia vacas dentro casa, além de uma outra situação delicada onde sua família foi obrigada a morar durante seis meses em um rancho apenas coberto onde a prefeitura construiu um tanque comunitário para as mulheres lavar suas roupas, e nesse período foram auxiliados por sua tia Angelina que fornecia alimentação visto que seu pai estava sem trabalho, sendo que sua mãe fazia o possível para conseguir alimentar seus filhos ela fazia polenta com laranja e crianças já estavam enjoadas desse alimento, e tentando variar a alimentação a mãe fez um doce de polvilho que não deu certo e o doce virou cola para as pipas das crianças. Seu Nicola se lembrou com orgulho onde no primeiro dia de aula, da professora dona Zenaide do grupo escolar e também que fugiu da sala e foi para um brejo que tinha próximo da escola e também da coça que levou de seu pai por não querer ficar na escola, depois foi estudar em Jaborandi SP que é uma pequena cidade ao lado da cidade de Colina.
Quando seu pai conseguiu um trabalho numa fazenda onde prestou serviços por um mês e ao tentar receber seu salário o patrão disse “eu não tenho dinheiro eu tenho esse semitrole”, porém estava todo quebrado mas foi a única forma de pagamento então seu pai levou aquela peça para casa e reformou a mesma e depois vendeu por setecentos cruzeiros sendo esse valor tipo dez vezes maior que referente ao mês trabalhado, e esse dinheiro foi suficiente para pagar umas despesas que família tinha na cidade e também pagou a viagem de trem que trouxe a mudança para São Carlos SP, e quando chegaram na cidade seu pai foi trabalhar de carpinteiro na fazenda Mundo Novo com seus filhos onde ficavam a semana inteira e vinham para casa apenas no sábado e fizeram essa vida por vários meses visto que sua mãe não quis ir morar na fazenda e ele foi crescendo e na sua juventude havia na cidade muitas fabricas de camas e ele trabalhou em algumas onde contraiu uma pneumonia devido ao calor e cheiro forte do verniz da pintura da madeira e lembra que do que restou de seu primeiro o salário não deu nem comprar um par de sapatos e teve que improvisar e escondia o pé quando ia no footing que havia ao calçada do cine São Carlos e na praça Coronel Salles, lembrou também de quando foi ajudar seu irmão a fazer o forro de uma casa no centro da cidade onde funcionava um prostibulo, Nico sempre arrojado e aprendia a carpintaria e a marcenaria com seu irmão mas nunca deixou de lado os estudos ele tinha o sonho de ser jornalista, estudou por dois anos na Faculdade Casper Libero em São Paulo para onde ia toda sexta feira para assistir aula presencial (era o EAD da época) mas o diretor da época sr. Dalmo Dalari o aconselhou e tentar outra área, fez curso de desenho também não se adaptou, técnico no conserto de rádios também não prosperou e acabou se aprimorando na marcenaria e carpintaria, já adulto conheceu a jovem Antonieta com quem se casou no dia 01 de fevereiro de 1959 e tiveram os filhos Paulo Luciano, Cecilia, Manoel, Antônio Carlos, Mario, José Mauro e Ana Lucia, tiveram 15 netos e 4 bisnetos, seu Nicola ficou casado por 40 anos dona Antonieta, até ficar viúvo, mas juntos construíram uma família sólida o que fortaleceu o lado humano do seu Nico, montou a serraria da bonde e por mais de 50 anos prestou serviços a comunidade carente construindo bengalas, muletas e andadores que distribuía gratuitamente, e teve esse trabalho reconhecido através de muitas homenagens e reportagens muito embora nunca gostou de aparições na mídia.
Outra paixão do seu Nicola, foram os bondes, ele nos contou que quando bem jovem ia e vinha de bonde do trabalho e que com o balanço ele cochilava e era acordado pelo cobrador isso quando não viajava na cabine do motorneiro e essa relação deu origem há um amor inexplicável por essas maquinas a ponto de após o mês de julho de 1962 quando os mesmos pararam de circular como transporte público, seu nico comprou um bonde e reformou depois foi repassado para a prefeitura e ficou em exposição por vários anos na praça da antiga piscina municipal mas devido a depredação por vândalos, seu Nicola fez vários reparos até que por uma intervenção do senhor Dario Rodrigues e seus pares do Rotary Clube, a máquina foi restaurada e atualmente está exposta na praça Arcesp mas conhecida como Balão do Bonde.
E por fim nos falou trajetória como escritor que começou como cronista em dois jornais da cidade e depois se dedicou a escrever livros e seu acervo conta com dez títulos: Histórias que o povo guardou; Contos e fatos do Brasil; Crônicas de Colina; Recordar é viver; Lembranças esparsas; O quintal da minha casa; Crônicas da cidade de São Carlos; Artigos e crônicas de todos os tempos; Uma inesquecível viagem de trem de ferro e Outras histórias, dono de um bom humor contagiante seu Nicola Gonçalves nos contou essas e muitas outras curiosidades no dia 29 de julho de 2017 e tudo foi registrado com fotos de Vilma Silva, produção edição e direção de Benê Silva, é a IBS Pesquisas eternizando as histórias de vida!
Estão disponíveis abaixo links para playlist com 43 mini vídeos.
As lembranças das escolas e dos professores
O respeitos com os professores
As lembranças de Colina SP onde nasceu
A mudança para a casa sem portas
O rancho aberto e a Tia Angelina que doava alimentos
O pai inventor e Eu sei de tudo
O pai e o truque do nó na terraMuit
O papo e pontaria do pai com o revolver
O semitrole que pagou a mudança
O 1º salário não deu para comprar sapato
Muitas fabricas de camas em São Carlos
O empreiteiro jogou na vaca e perdeu
O curso de jornalismo o EAD no século 20
Nem desenhista nem projetor de cinema deu certo
A cirurgia da namorada e o preconceito da família
40 anos a esposa falando português e italiano
O amor pelos bondes e o cobrador tim dim
As usinas hidroelétricas de São Carlos
1962 o fim da circulação dos bondes
Boneco timbau o santo que não era santo
Obra Vicentinho o mártir inocente
Uma história quase pornográfica
Há 40 anos servindo quem precisa de apoio
Fazendo o bem sem olhar a quem
Foi detido porque caiu no conto do bonde
O médico não quis cobrar a consulta
O Papai Noel sem trenó e sem carroça
Antônio Massei o melhor prefeito traído pelo vice
Antônio Massei adorado pela população