Celia Aparecida Pereira, mulher negra professora e escritora, ou simplesmente Celinha, nasceu dia 09 de setembro de 1956, filha do senhor Norberto Pereira, alfaiate e da senhora Iraci de Oliveira Pereira, cozinheira, no dia 28 de janeiro de 2023 nos contou sobre a sua trajetória de vida, a Celinha teve seis irmãos Cleide (in memória), Dulcineia (in memória), Vera, Eduardo, Roberto (in memória) e Paulo Henrique, nascida na Vila Neri, mais precisamente na chácara do Vigatti, nas proximidades da Escola Estadual José Juliano Neto, ela nos contou de como foi saudável a sua infância com muitas brincadeiras sempre na companhia dos irmãos, dentre brincadeiras eles desciam pela rua Major e voltavam pela rua sete de setembro, anotando os números das casas e com a ajuda do irmão mais velho, essa brincadeira ajudou na alfabetização precoce, frequentou o Parque Infantil Cônego Manoel Tobias na Vila Neri, onde conseguia levar também seu irmão Paulo Henrique, que embora não tivesse idade adequada, a professora permitia que também frequentasse o que também ajudou na alfabetização precoce, sendo que esta professora tocava piano e algumas vezes levava as crianças para sua casa e tocava piano enquanto as crianças comiam bolo e doces com suco ou refrigerantes, ela também estudou na Escola Estadual Coronel Paulino Carlos, e o segundo grau na Escola Estadual Paulino Botelho, onde aprendeu as prendas domésticas de corte costura e culinária, embora confessou nunca gostou de cozinhar, porém se lembrada qualidade do ensino publico na época, assim como também se lembrou de como era CDF em termos de dedicação, embora tivesse o sonho de cursar arquitetura, ao pesquisar para prestar vestibular, viu que não era o que ela imaginava, então estudou pedagogia e formou professora. Ela nos contou sobre sua participação e envolvimento no movimento negro não só na cidade como no nosso estado, falou com orgulho e admiração dos alunos negros que vieram estudar em São Carlos, Henrique Cunha, Ismael, Ivair, Nilsão, que serviram de inspiração para toda a juventude negra da cidade e mencionou também como seus mentores, Casimiro, Germano, que a ensinaram a vencer a timidez, e de suas inseparáveis amigas de infância, Ilvana e Keila Candido, ela falou também sobre os grupos Rebu, Congada e Palmares e suas participações nas peças de teatro no Flor de Maio, nos grupos de dança, ela foi cabelereira de tranças e cortes, depois dessa fase de juventude revolucionária no movimento negro, onde foi garota propaganda na realização do Feconezu realizado em São Carlos SP a Célia já formada, prestou concurso para professora na rede municipal e foi aprovada, e em sua jornada escreveu vários textos de contos e poesias, falou sobre o racismo enfrentado por ser negra, mas jamais desistiu de suas convicções de vida, infelizmente ela nos deixou no dia 20//08/2024 mas também deixou um grande legado de publicações, dedicação, civilidade e compromisso com sua raça, e deixou também seu filho Kauê e sua neta Luara, sua história está parcialmente descrita em sua playlist de 42 mini vídeos conforme links abaixo, com fotos de Vilma Silva, produção, edição e direção Benê Silva, é o IBS eternizando as histórias de vida!
Links da playlist:- 1 A introdução do bate papo * 2 Quem sou eu * 3 A chácara do Vigatti * 4 A alfabetização precoce * 5 No parquinho da Vila Neri * 6 A irmandade * 7 As travessias e as travessuras * 8 A professora pianista do parquinho * 9 A discriminação nos uniformes * 10 A professora levava os alunos pra casa * 11 As prendas domésticas na Escola Paulino Botelho * 12 Os ótimos professores da Industrial * 13 As aulas de arte culinária * 14 O ensino do Estado tinha qualidade * 15 Aluna ousada e CDF * 16 É proibido reprovar * 17 Foi proibido jogar queimada * 18 O trabalho nos Vicentinos * 19 Com surgiu O Rebu! * 20 O inicio no Rebu e Congada * 21 Vencendo a timidez * 22 O teatro foi o estágio na prática * 23 O surgimento do Grupo Congada * 24 A união que fortaleceu o movimento * 25 A gratidão dos negros universitários * 26 Nossas referências para o movimento negro * 27 Faltou dar sequencia * 28 Não gostou da arquitetura * 29 Garota propaganda do Feconezu * 30 Já fez tranças e cortou cabelos * 31 Quase conheceu Solano Trindade * 32 O trabalho na Santa Casa * 33 A entrada no serviço publico * 34 A ausência dos nossos, nos inferioriza * 35 A valorização do negro * 36 A melhor e a pior administração municipal * 37 A triste qualidade do ensino * 38 O racismo da mãe de aluno * 39 As aulas on line na pandemia * 40 A importância da arquitetura Africana * 41 Os registros e homenagens à escritora * 42 A Celinha escritora